26/8/1743
Talvez uma das sentenças mais comentadas no mundo da química seja a célebre frase “Na Natureza, nada se perde e nada se cria, tudo se transforma.” Escrita de modo poético, essa frase aborda um dos princípios de edificação da química moderna: a lei de conservação de massa. De acordo com a mesma, o que mais tarde viria a ser aplicado analogamente à energia, a matéria está sujeita a constantes transformações, mas jamais à destruição ou criação. Ou, em uma linguagem mais técnica, a massa dos reagentes é sempre igual à dos produtos, em uma transformação de qualquer natureza.
O primeiro cientista a anunciar esse princípio foi Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), considerado hoje o grande precursor da química moderna. Lavoisier era proveniente de uma importante e abastada família francesa, herança que o proporcionou a estrutura necessária para a realização de suas pesquisas. “Ao jovem Antoine Laurent Lavoisier cabe o mérito da introdução do novo método na experimentação química. Gênio versátil, filho de rica família, Lavoisier cedo ficaria órfão de mãe. O pai e a tia, que o educaram, preferiam que ele estudasse Direito, e o encaminharam ao Colégio Mazzarino. Ao passar para a universidade, o interesse pela ciência prevaleceu. Era o começo de uma revolução dos métodos científicos”1.
Lavoisier ficou amplamente conhecido por suas contribuições na conservação da matéria e por sua refutação à teoria flogística da combustão, predominante na época. Isso fora possível por meio de seus trabalhos, e posterior descoberta, e nomenclatura, do elemento oxigênio. Além disso, descobrira a composição química da água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. Dessa forma, acabaria também refutando a teoria de Tales de Mileto, a qual afirmava que a água era um dos quatro elementos dos quais todas as demais substâncias derivariam.
Na verdade, atribui-se a descoberta do oxigênio a Lavoisier, entretanto, o elemento químico fora realmente identificado por Lavoisier, mas o gás oxigênio foi apenas melhor compreendido em relação às suas propriedades físicas e químicas, o que viria a conformar a dependência desse gás nos processos da combustão e da calcinação.
Lavoisier também participou efetivamente de trabalhos que viriam a compreender melhor outros elementos químicos, como o nitrogênio. O nome nitrogênio significa “...azoto, e quer dizer ‘sem vida’. Este nome, sugerido por Lavoisier, designava um novo elemento, até então conhecido como ‘ar mefítico’. O ar mefítico havia sido descoberto em 1722, quando Priestley, queimando corpos em vasos fechados, verificou que, exaurido o oxigênio do ar, restava ainda um gás inerte junto ao gás carbônico. O gás recém descoberto não ativava a combustão e não podia ser respirado; era, portanto, alheio à vida”1.
Lavoisier acabara se envolvendo na coleta de impostos francesa, o que o levaria à morte em praça pública na guilhotina, durante a Revolução Francesa, fazendo-o interromper alguns trabalhos na área de fisiologia, envolvendo a respiração e a transpiração.
Referências:
1. http://www.fem.unicamp.br/~ em313/paginas/person/lavoisie. htmFELTRE, Ricardo; Fundamentos da Química, vol. Único, Ed. Moderna, São Paulo/SP – 1990.
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.
1. http://www.fem.unicamp.br/~
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.